9 de junho de 2007

Solitários


Às vezes Gosto de sentares-me, por exemplo, num banco do parque, e gosto de olhar à gente. Os parques som recunchos de solitários.

Lá podes atopar, desde a mai que fala com outra, mentres olha de reolho os jogos dos seus nenos, até os velhos que dam de comer às pombas, e no meio num banco sentado so, está o solitário. Que grandes contrastes, os nenos com toda a vitalidade dumha vida por diante, os velhos con todo feito e a gente em soidade.

No meu bairro ha um velho que tanto com o frio intenso do inverno, coma com o calor abafante, as vezes, do verao esta sentado ou a dar paseios polo parque. Algumha vez esta cumha navalha arranjando a ponta do seu cajato. A maioría do tempo está so. Com sorte esta com dous ou tres mais. No seu grupo tem cabida desde recem jubilados, algum que tem um momento para falar, até algumha vez um africano dos que vendem cousas pola rua.

Outro microcosmos moi peculiar som as estaçons de autocarros ou ferroviárias. Acó a fauna inclue aos velhos, os solitários, o ambiente gay dos aseios (alívio rápido), e a figura do enfermo mental.

Mais a soidade está em todos os sítios, ao melhor um solitário é o tipo elegante de gravata que paseia com o telemóvel por Principe. Sem vida social, quantas horas extra e entrega pola empresa tem tras de si a soidade, o pánico a chegar à morada e atopar-se com essa cruel realidade, estas só!!

Talvez vos pasou de ver um ghicho tirado na rua, esta morto ou ferido ou peneque durmindo-a, quanta gente para-se a se interesar por ele?, com sorte algumha velha…

As relaçons humanas som muito difíciles, as paginas web onde se ofertam relaçons, meetic, match… som um grande negócio. As parelhas que se conhecerom na rede medram frente as que se conhecerom por outras vias, reflexionade, dizide-me, nom conhecedes algum caso?

E a sociedad da asépsia, onde os contactos som pouco remomendáveis, como nas sociedades de Huxley e Orwell, sociedades individuais. O individuo alienado na sociedade, o individuo social desaparece. Nom interesa o individuo social, e perigoso para as linhas de producçom!.


Mas o sistema ha de mudar, a história é ciclica e o que agora pasa já tem pasado. Denantes dos quentes e esperançadores 60 umha geraçom a geraçom Beat denunciou a sociedade na que vivia, Jack Kerouac (Sempre no caminho!!), William Burroughs, Ginsberg.., iniciarom um movemento que tronçou a sociedade. Si, o sistema volveu a retomar o rumo, mais no jogo do tira e aflouxa, algum dia a corda partirá para bem.

Deixo-vos cumha cita desse grande livro de kerouac “Os Vagabundos do Dhama”, algumha vez falarei de “On the Road “, umha das novelas da minha vida.

«Todo o mundo vive atrapado num sistema de trabalho, producçom, consumo, trabalho, produccçom, consumo... Tenho a visom dumha grande revoluçom mochileira, millheiros e millheiros, incluso millons de americanos indo de cá para lá, vagabundeando com as suas mochilas, escalando montañas para orar, aledando aos velhos, provocando a felicidade das moças e as velhas, e todos som tolos zem que escriben poemas que surgem das suas cabeças sem razóm...»

1 comentário:

Anónimo disse...

Joder Julen, qué profundo!!! pero cuentas muchas verdades. Por cierto, me sorprende lo bien que escribes, no sabía yo de tus cualidades literarias.