29 de junho de 2007

OS MEUS DIRECTORES: BLAKE EDWARDS





Começo cá um apartado deste blog onde falarei dos directores de cinema dos que gosto, mais procurarei centrares-me nos menos conhecidos. Assim nom falarei dos grandes coma podem ser Hitchcock, Ford, dos que, obviamente, som igualmente seguidor.

Coido que hai duas grandes maneiras de fazer comédia, a comédia de gags, a de sempre, onde a graça esta no visual, como bem faziam os mestres Keaton e Chaplin, e por outra está o humor culto, onde a graça está nos diálogos, é o que se pode chamar humor inteligente, cá citar ao grande Billy Wilder. Edwards basa o seu humor no gag, no humor visual, o seu cinema esta cheio de gags, de perseguiçons com ritmo tolo.

Dim que um director de cinema é dos grandes quando tem alomenos duas obras magistrais, pois ao meu juiço, Blake Edwards cumpre com esta premissa. Para mim, tem tres obras que som magníficas. A grande comédia “O Guateque” (The Party), a romántica e exquisita “Almorço em Tiffany´s”( Breakfast at Tiffany's) e o drama, talvez o melhor achegamento do cinema ao alcolismo, “Dias de vinho e Rosas”
( Days of wine and roses)


O guateque (The Party): dela algumha vez escuitei que era a melhor comédia da história do cinema, penso que isto é exagerado, mais sem duvida é magistral. Nela Peter Sellers é um actor Hindú que por um erro é convidado a umha festa da elite de hollywood, e cá escomeça a desencadear torpeça tras torpeça até chegar ao caos total com que remata o filme. A lembrar a cena do elefante na piscina ou a cena do sapato.

Dias de vinho e Rosas (Days of wine and roses): É o achegamento ao inferno do alcolismo. Mostra as misérias do “american way of life” a perfecta sociedade americana da era do Mccarthismo. Excelente interpretación de Lemmon, e magistral umha actriz que nom tivo o éxito que merecia Lee Remick. A destacar entre muitas cenas a do invernadoiro, a de Lemmon com camisa de força na habitaçom acolchada, e a do Delirium Tremens.

Almorço en Tiffany´s ( Breakfast at Tiffany's): Umha das indiscutíveis cenas da história do cinema é o começo do filme quando Audrey achega-se à vitrina da tenda de alfaias Tiffany's. Dado curioso do filme, o protagonista, George Pepard é Hanibal Smith o da Equipa A, e a apariçom do monárquico espanhol Jaime de Villalonga. Ademais da cena antes citada, está a genial de Audrey Herburn cantando assomada à janela Moon River.

Falando de Moon River o cinema de Edwards assenta-se numhas bandas sonoras de luxo, e detrás delas esta o grande compositor Henry Mancini, que deixou para a história do cinema músicas como a da panteira rosa a antes citada ou a do guateque.
dentro das demais obras de Blake gostaria destacar:

Operaçom Pacífico(Operation Petticoat): Excelente comédia com un Tony Curtis Pariodiando os gestos do Cary Grant mais novo e o própio Cary Grant, embarcados num sumarino em plena guerra do pacífico, que remata pintado de rosa, soltando canonaços com roupa interior de mulher, ou afundindo um camiom.

10 A Mulher perfecta(10): Alguns dim que foi feita para a sex simbol do momento Bo Dereck, mais é umha exquisita comédia con todo o melhor do cinema de Edwards. Como dado curioso o protagonista tem umha relaçom no filme com umha mulher interpretada por Dee Wallace Stone, a actriz que dará vida a mai de Elliot o neno de ET.

SOB: Segundo alguns o título fai referência a Son of a Bitch (filho da puta). Já em pleno declive do cineasta. A película, mais bem mala, conta como um produtor de hollywwod nom duvida em espir a sua mulher (Julie Andrews ), com tal de fazer umha película, casualidade Julie Andrews é a mulher de Blake Edwards.

Poderia seguir com a Carreira do Século
(The race), que inspiraria a série de banda desenhada "Os carros tolos", A Saga da Panteira Rosa com o Inspector Closeau...

FILMOGRAFIA

22 de junho de 2007

História dum cura de povo II


Nom lhe custou muito durmir, e como cada dia, desde fazia anos, as oito ergueu-se. Lembrou os pensamentos nocturnos e desbotounos, que absurdo! Pensou.

Na época em que estudava no seminário, gostava de ler livros de ideologia marxista, ainda que com o capital de Marx nom puido. Identificou-se de sempre com a teoria da libertaçom, é mais, ele pensava em rematar num bairro obreiro dumha cidade, e seres um cura obreiro, mais caprichos do destino rematou no rural, e aplicar o maoísmo na Galiza de hoje em dia, nom era umha boa ideia.

Sempre tentou atraer aos moços e moças do povo à igreja, cedeu-lhes os baixos da casa parroquial para que projectaram cinema, conseguiu artelhar umha pequena biblioteca, e incluso deixava ensaiar a um par de grupos. Mais a maioría dos moços, nom colhiam nunca um livro, as películas nom lhes chamavam muito a atençom e para colmo os grupos se encaminharam cara o punk, e nom gostava de que dos baixos da casa parroquial sairam berros em contra do alcalde, e constantes “cagos en dios”.

Tentara ires de misioneiro e fazer labor social à vez que levava a Cristo. Ele fazia-se numha aldeia no meio da Amazonia, viviendo Numha cabana, mentres edificavam umha modesta igreja de madeira, durmindo numha hamaca, mentres os monos e cans peleavam-se por um espaço na morada, comendo mandioca em comunidade com a tribu, e incluso ir a pescar ao rio, ele levaria sedal e ançós, e lhes ensinaria a pescar à europeia. Mais o bispo, talvez ante a falha de vocaçons, negou-lhe a petiçom.

Ao principio da sua estância no povo, tentou relacionar-se com a gente. E a melhor maneira de fazelo era frequentar o bar-tenda-taxi, da parróquia. Baixava todos os dias a jogar a partida de domino.

Ao princípio nom lhe deu importáncia, mais a cousa foi a maiores, e que segundo as cuncas de vinho iam correndo, mais se soltava a lingua dos companheiros de partida. Até certo ponto era tolerável que falaram de mulheres, e incluso com linguage altamente carregado de palabras sexuais, mais quando começavam a se meter com ele, e insinuar-lhe que si tal o qual mulher ia muito pola igreja, ou lhe pediam que contara as confessons de tal o qual mulher, a cousa tornava-se muito séria. Como resultado deixou de ires ao bar-tenda-taxi.

Desde o bispado e nestes tempos de ONGs, acordaram de colabourar com Caritas, e dezidiram contratar a mulheres com necesidades econômicas para que ajudaram aos parrocos na limpeça das casas parroquiais e das própias igrejas. As mulhres viviriam no mesmo povo. A vivenda a poria o concelho, que así frenava (palabras textuais do alcalde!) a caida demográfica do rural galego.

15 de junho de 2007

História dum cura de povo I



Fazia tempo que lhe perderá o gosto a trasmitir a palabra de Deus. Mais con 45 anos, acostumado como estava ao seu jeito de vida, o plantejar-se a estas alturas um troco, polo menos para ele era umha toleria, ademais nom sabia fazer outra cousa.

Seguia impartindo misa, mais já, incluso denantes da sua crise de vocaçom, limitava-se a dizer a misa do tirom, que era o que seguia a fazer.

A falha de vocaçom nom lhe supuso demasiados problemas, no seu interior fijo um simil, o do doutor. Estava farto de ver o típico doutor que simplesmente desenrola o seu trabalho, longe ficam os anos de gosto por aprenderes, de gosto por sandar. Tambem recurrirá ao caso do mestre, esse que queria ensinar, levar cultura e saber, e que com os anos, aos poucos, a apatia apoderara-se dele, e agora entra a olhar o relojo e deseja que remate à aula.

Aleijo, que assi se chama o parroco de quatro parroquias no profundo do rural galego, caseque no centro mesmo do pais, era um home de 47 anos, mantinha um bo estado de forma, ainda se lhe poderiam botar alguns menos. Peiteava canas, mais isso si luzia praticamente todo o cabelo. Tinha os olhos marrons, numha face que era atractiva. Ainda se lhe deram bem as mulheres. De novo, tinha bastante exito, e mais até pouco antes de ordear-se, tivera umha realaçom cumha rapariga de Ourense que conhecera um dia na praia de samil de Vigo. Combinaram varias vezes, ele sempre ocultou a sua vida de seminarista a piques de acolher-se à castidade. Goçou com ela os sabores da carne, e aos dous meses da cirimonia, onde se tinha que deitar diante do bispo no cham, optou polo sacerdócio, e renunciou aos praceres da Ourensa. Às vezes questionara a sua eleiçom, mais sempre convencia-se de que escolheu o bo caminho.

Seria entorno as tres da manha dumha noite de verao, nom se sabe si pola calor ou por que, pero despertou, sentou na cama, colheu a botelhina de agua mineral que sempre lhe acompanha nas noites, deu um sorbo, e pensou em ires saber que foi da sua moça Ourensa....

9 de junho de 2007

Solitários


Às vezes Gosto de sentares-me, por exemplo, num banco do parque, e gosto de olhar à gente. Os parques som recunchos de solitários.

Lá podes atopar, desde a mai que fala com outra, mentres olha de reolho os jogos dos seus nenos, até os velhos que dam de comer às pombas, e no meio num banco sentado so, está o solitário. Que grandes contrastes, os nenos com toda a vitalidade dumha vida por diante, os velhos con todo feito e a gente em soidade.

No meu bairro ha um velho que tanto com o frio intenso do inverno, coma com o calor abafante, as vezes, do verao esta sentado ou a dar paseios polo parque. Algumha vez esta cumha navalha arranjando a ponta do seu cajato. A maioría do tempo está so. Com sorte esta com dous ou tres mais. No seu grupo tem cabida desde recem jubilados, algum que tem um momento para falar, até algumha vez um africano dos que vendem cousas pola rua.

Outro microcosmos moi peculiar som as estaçons de autocarros ou ferroviárias. Acó a fauna inclue aos velhos, os solitários, o ambiente gay dos aseios (alívio rápido), e a figura do enfermo mental.

Mais a soidade está em todos os sítios, ao melhor um solitário é o tipo elegante de gravata que paseia com o telemóvel por Principe. Sem vida social, quantas horas extra e entrega pola empresa tem tras de si a soidade, o pánico a chegar à morada e atopar-se com essa cruel realidade, estas só!!

Talvez vos pasou de ver um ghicho tirado na rua, esta morto ou ferido ou peneque durmindo-a, quanta gente para-se a se interesar por ele?, com sorte algumha velha…

As relaçons humanas som muito difíciles, as paginas web onde se ofertam relaçons, meetic, match… som um grande negócio. As parelhas que se conhecerom na rede medram frente as que se conhecerom por outras vias, reflexionade, dizide-me, nom conhecedes algum caso?

E a sociedad da asépsia, onde os contactos som pouco remomendáveis, como nas sociedades de Huxley e Orwell, sociedades individuais. O individuo alienado na sociedade, o individuo social desaparece. Nom interesa o individuo social, e perigoso para as linhas de producçom!.


Mas o sistema ha de mudar, a história é ciclica e o que agora pasa já tem pasado. Denantes dos quentes e esperançadores 60 umha geraçom a geraçom Beat denunciou a sociedade na que vivia, Jack Kerouac (Sempre no caminho!!), William Burroughs, Ginsberg.., iniciarom um movemento que tronçou a sociedade. Si, o sistema volveu a retomar o rumo, mais no jogo do tira e aflouxa, algum dia a corda partirá para bem.

Deixo-vos cumha cita desse grande livro de kerouac “Os Vagabundos do Dhama”, algumha vez falarei de “On the Road “, umha das novelas da minha vida.

«Todo o mundo vive atrapado num sistema de trabalho, producçom, consumo, trabalho, produccçom, consumo... Tenho a visom dumha grande revoluçom mochileira, millheiros e millheiros, incluso millons de americanos indo de cá para lá, vagabundeando com as suas mochilas, escalando montañas para orar, aledando aos velhos, provocando a felicidade das moças e as velhas, e todos som tolos zem que escriben poemas que surgem das suas cabeças sem razóm...»

1 de junho de 2007

Música Galega

Lembro com a melancolia do paso do tempo, aqueles sábados e domingos quando espertava-me com a música do tocadiscos que punham os meus pais, lembro os discos de “Os Tamara” e a irrepetível voz de Pucho Boedo. Aquelas cançons marcaram a minha nenez, “A Santiago voy”, “O Vello e o Sapo”.

Acordo do primeiro ano no liceu quando a profesora de música mandara fazer um trabalho sobre um Grupo ou artista, a mayoría da gente entregava trabalhos sobre o grupo de moda, os mais “cultos” entregavam trabalhos sobre os Rolling, i eu aproveitando um texto de um disco homenage a Pucho, “Pucho Boedo volvendo cos Tamara”, figem o meu trabalho sobre “Os Tamara”.

Posteriormente flipei e flipo com grupos como “la Polla Records” “Kortatu”que nom pintavam moito com os Tamara, sim com a música galega, Evaristo cantante da polla é galego, e tem cançons em galego. Anos despois descobrim a um tipo de Ferrol que cantava em galego, e que figera umha película com Concha Velasco. Andrés do Barro, um tipo que na época do franquismo chegou a número 1 cantando em galego, um tipo que renunciou ao éxito (se cantava em castellano) por seguires a empregar a lingua galega. E descobrim que o alcohol rematou com a sua vida, reconheço a minha debilidade polos pessoas autodestructivas, atraem-me, vaia. Escoitei algumhas cousas dele mais nom iam na minha “onda”

Eu vivia e vivo no entorno do Punk, um movimento que foi pioneiro no emprego da lingua, cousa que nom passava com outros estilos musicais. Isto sempre me alporiçou e ainda que eu nom toco rem, tentei de fazer um grupo de Pop-Rock, com letras sem demasiado compromisso mais isso si em galego, penso que isso é normalizaçom lingüística, ROBERTO FALHACHES-ME!!

Tempo despois e tras do fracaso do chamado bravú, estamos a viver um grande pulo da musica em galego (musica galega), hoje podemos escoitar grupos que fam desde funk “Loretta Martin”, ao rock de serie B dos “Ataque Escampe”. Deste grupo debo dizer que som grande fanático, fazia tempo que nom gostava tanto de um grupo.

Mais a surpresa mayor é que esta a piques de sair um tibuto a Andrés do Barro, por grupos desta nova geraçom, debeço por escoitalo!

Isto leva-me a pensar que algo está a cambiar na Galiza. Mais eu desde fai tempo levo dizendo que este pais nosso e a sua música estará a trocar quando grupos tam grandes como foram “Os Resentidos”, vanguardia mundial na sua época,tenham o seu tributo.

Ainda estamos lá na época de Andrés do Barro, todo chegará. Mais é bem certo que estamos num momento doce , gocemos dele!.