15 de junho de 2007

História dum cura de povo I



Fazia tempo que lhe perderá o gosto a trasmitir a palabra de Deus. Mais con 45 anos, acostumado como estava ao seu jeito de vida, o plantejar-se a estas alturas um troco, polo menos para ele era umha toleria, ademais nom sabia fazer outra cousa.

Seguia impartindo misa, mais já, incluso denantes da sua crise de vocaçom, limitava-se a dizer a misa do tirom, que era o que seguia a fazer.

A falha de vocaçom nom lhe supuso demasiados problemas, no seu interior fijo um simil, o do doutor. Estava farto de ver o típico doutor que simplesmente desenrola o seu trabalho, longe ficam os anos de gosto por aprenderes, de gosto por sandar. Tambem recurrirá ao caso do mestre, esse que queria ensinar, levar cultura e saber, e que com os anos, aos poucos, a apatia apoderara-se dele, e agora entra a olhar o relojo e deseja que remate à aula.

Aleijo, que assi se chama o parroco de quatro parroquias no profundo do rural galego, caseque no centro mesmo do pais, era um home de 47 anos, mantinha um bo estado de forma, ainda se lhe poderiam botar alguns menos. Peiteava canas, mais isso si luzia praticamente todo o cabelo. Tinha os olhos marrons, numha face que era atractiva. Ainda se lhe deram bem as mulheres. De novo, tinha bastante exito, e mais até pouco antes de ordear-se, tivera umha realaçom cumha rapariga de Ourense que conhecera um dia na praia de samil de Vigo. Combinaram varias vezes, ele sempre ocultou a sua vida de seminarista a piques de acolher-se à castidade. Goçou com ela os sabores da carne, e aos dous meses da cirimonia, onde se tinha que deitar diante do bispo no cham, optou polo sacerdócio, e renunciou aos praceres da Ourensa. Às vezes questionara a sua eleiçom, mais sempre convencia-se de que escolheu o bo caminho.

Seria entorno as tres da manha dumha noite de verao, nom se sabe si pola calor ou por que, pero despertou, sentou na cama, colheu a botelhina de agua mineral que sempre lhe acompanha nas noites, deu um sorbo, e pensou em ires saber que foi da sua moça Ourensa....

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