21 de dezembro de 2007

UM SUSTO


Autovia das Rias Baixas, depósito cheio, na auto-rádio soam Barricada “Nervio en la carretera, corre, corre!!” Bordeando a sensibilidade dos radares.

A conhecim na festa do vinho da Guarda, estava moi peneque e fum-me contra dela, dez minutos despois estavamos liados. Era umha dessas turistas “fodechinchos”, que tem casa alugada em Praia America.

Combinamos várias vezes ao longo do resto do verao. A Pesares de seres umha “pija de Madrí”, era umha tia estupenda, estava boa e o passavamos bem.

Acordamos em fazer-nos visitas no inverno; e velaiqui que, aproveitando dias que me ficam das vacaçons, estou a 5 horas dela. “Estamos llegando a mi barrio, pisa más corrre”.


Estou já na Límia, a agulha do depósito apenas se moveu. De súpeto o carro começa a perderes potência, o pedal do acelerador afunde-se sem oponher resistência. Luzes de emergência e a cuneta.

Nestas chairas da Límia fum caer a 3 quilómetros de Ginço. Ligo com o seguro e dim-me que hai um sítio de confiança para amanhar o carro e que em dez minutos venhem me buscar.

Acendo um pito, e apoio o cu no capó, esta quente, agradece-se, mas agradeceria-se mais se nom estiver quentando o sol, isto tem pinta de seres muito frio.

Passam vários carros, um deles detem-se frente a mim, baixa a janela de vídrio escuro do copiloto. Que lhe passou? –di-me um ghicho duns 35 anos que acompanha a outro da mesma idade, o que maneja o carro. Oferecem-se a levares-me a Ginço, mas rejeito dizendo que agardo pola grua..

O que maneja, que fuma um charro, ofere-me-o, nom lhe digo que nom, quando chego a mao a colhelo o copiloto coloca-me umhas algemas no braço e o carro arrinca.

Do carro em marcha e atada as minhas algemas, sae umha corda, dessas cordas de escalada. O meu braço atado polas algemas à corda e o final dela um carro.

A suor começa a saires a chorro polos meus poros, o coraçom lateja a um ritmo tolo, sae-se do peito. A corda terá um fim, parará de sair, e do tirom deitara-me no chao, irei arrastrado polo asfalto.

Que intençons teram?, pode que um quilometro ou dous so representem queimaduras, tentarei ir de costas, para que nom me queime a face. Tambem poderia correr para evitar que a corda se tense, mais cansaria e coma competir com a velocidade do carro!!

Resigno-me e me dixo caer ao chao, ou talvez a ansiedade fai-me febles as pernas. No chao vexo o carro a uns 200 metros, a corda segue a sair, começo a perderes o sentido…….

Esperto sobressaltado alguem me toca no ombro , volto-me confuso e espertando. Lembro que denantes de perderes o conhecimento, vim como a corda parava de sair do carro, o extremo final dela caia ao chao….

16 de novembro de 2007

MANDAR CALAR


Surprendido fico tras ver os meia apos o incidente que o rei de Espanha vem de montar na cimeira Ibero-Americana. E chama-me muito a atençom umha enquisa que esta a levar “La voz de Galicia”, na que umha maioria dos partipantes apoia a atitude do monarca espanhol.

Proponho-vos um exercício. Fagamos um pouco de uso da nossa capacidade de abstracçom. Voltemos a cimeira de novo, e visualicemos a seguinte cena: Esta habendo um debate entre dous participantes, um deles é o monarca espanhol e o outro, por exemplo Evo Morales, e de supeto o presidente de Venezuela, espeta-lhe ao chefe de estado espanhol um cala-te!

Sigamos com a nossa abstracçom, e imaginemos que esta a falares o Borbón e nisto indignado o chefe de estado nicaraguano, Daniel Ortega, ergue-se e lisca.

Vos pido um anaquinho mais de abstracçom, já rematamos com o exercício mental, observemos os titulares dos meios de comunicaçom espanhois que apareceriam ao dia seguinte, desta hipotética cimeira. La razón :Isulto à coroa, El pais: malaeducaçom, ABC: Ofensa a Espanha, e até o jornal Marca titularia em grande (como gosta) e tu quem es para mandar calar!!.

Mais a cousa passou ao revés , e o que fixo estes actos de mala educaçom, quando menos, foi o rei de Espanha. Mais os votantes da Voz , parece que por-se na pele doutros nom se lhes da muito bem, carecem de capacidade de abstracçom talvez?

Ou é que acaso seguem, como parece que lhe passa ao Borbon, a considerares à Ibero-america como umha colonia e tenhem esse espiritu Racista-xenôfo, Hugo Chavez um mestiço provinte da clase baixa, tem que calar ante o sangue real. Quero lembrar o apodo racista que a Chavez da o comunicador da COPE, Jimenez Los santos,Gorila Rojo del Caribe , isto nom é acaso apologia do racismo!!!

E ao respeito ao caso de Daniel Ortega, o monarca ergueu-se para defender à patria, a patria dele, a patria dos Union fenosa, Repsol, e a Banca. Ortega falava dos desastres que a Electrica Union Fenosa, esta a cometer em Nicaragua.

Bem-queridos votantes da voz, logo falamos do chauvinismo dos franceses.


ligaçons:

http://www.ekaenlinea.com/index.php?option=com_content&task=view&id=1829&Itemid=54

http://ar.news.yahoo.com/s/12112007/11/negocios-noticias-nicaragua-economista-dice-llegada-uni-n-fenosa-nicaragua.html

29 de outubro de 2007

OBSESSOM



As Gotas de chuva repinicam na janela, deslizando-se deixando umha pegada casi recta, todas tentam chegar primeiro a baixo.

Como todos os días observo o pátio do hospital,ala no meio está o laranjo. Vim medrar as flores das que sairom as laranjas, i estas, que até pouco eram verdes começam a colher a cor própia.

O doutor dixo-me que tinha que reflexonar sobre o que me passou, que devia escrebe-lo num diário.



Sempre me inquedara a ideia de que entre na quantidade de filmes que se fam ao longo do mundo, 1000 ou 10000 num ano, quantos dissos, obras maravilhosas, nom chegas nunca a ver, por culpa de nom contar com distribuçom e das que ainda contam com capacidade, quantas podes chegar a ver?.

Eu aproveitava os momentos de lecer para olhar as obras dos grandes do cinema, Hitchock,Lang, Chaplin, Wilder, Ford, Hawks entre os clássicos. Truffaut, Chabrol, Bertolucci, Visconti entre os modernos. Do cinema oriental conhecia sobre todo a Kurossawa.Mais caerom nas minhas maos novos direitores asiáticos, e tambem empecei a ver obras de autores do leste, soviéticos, da RDA, quanto cinema por descobrir.

Empecei a roubar horas ao sono para olhar duas fitas as noites, olheirento chegava ao trabalho. Quando já aumentei o número de filmes a 3 ou 4 pola noite, às vezes ficava durmido e espertava a meia manha. Tentei corregir este comportamento, já que me conduzia à perda do posto de trabalho, cousa que ao final sucedeu.

Já liberado do trabalho aproveitei para ver umha meia de 7 filmes diários. Os amigos chamavam preocupados por que nom me viam, eu escusava-me dizendo que tinha mau corpo e insistia em que fazia falha que vinheram-me visitar.

Internet de onde procediam os filmes ficou sem provisons para a minha voracidade, polo que tivem que acodir as lojas. Mas a obsessom medrava, e a ideia de todo o cinema que me ficava por ver comia-me por dentro, de jeito que agora que já nom tinha fundos para ver, já esquilmara as lojas e o internet, nom conqueria durmir.

Comecei a descuidar tanto alimentaçom como a higiene, gastava barba de talibam e, penso, que tambem cheirava.

Os amigos foram os que avisaram aos meus pais, estes nom se preocuparam por mim, acostumados aos meus longos periodos de ausência de canda eles.

Lembro a sua cara ao atopares-me, e lembro que estava a ver umha fita de Cassavettes, recem descarregada da internet. Eles me levarom a a urgências, onde a siquiatra decretou o meu ingreso numha residência de sude mental.

Os fármacos conquerirom domar a minha incesante fame de cinema. Hoje em dia estou bem, fai caseque um ano que nom vejo umha fita, e nem tam siquer a TV.O siquiatra di que já estou practicamente curado e listo para reincorporares-me à vida real.

Leim muito estes meses, hai tantas horas agradáveis na literatura os clásiscos coma Cervantes, Shakespeare, os latinoaméricanos Borges, Garcia Márquez, os galegos Ferrin, Casares, os Noteamericanos Hemingway, kerouac, bukowski….

Hai tanto por ler….

18 de outubro de 2007

UMHA HISTÓRIA

Suponhamos um velho intelectual e umha nova promessa da poesia e as letras. O Velho é expulsado da empresa que ressuscitou do esquecemento. A nova promessa amossa-lhe o seu apoio público com umha aperta.

A empresa criada polo velho intelectual, oferece-lhe um posto à nova poetisa, i esta acepta, para vergonha alhea. Isto exaspera à gente, i entre eles ao criador dumha das páginas de humor melhores do pais.

A nova promessa-poetisa-empregada da empresa felona, envia os avogados contra da página, i esta ve-se na obriga de fechar.

Esta história nom é ficçom, é realidade, o velho intelectual é Isaac Diáz Pardo, que ressuscitou à empresa Cerámica Sargadelos, ediçons do Castro. A nova empregada da empresa-felona é Yolanda Castaño, promessa da nova poesia galega. A qual depois de amossar a sua solidaridade com o velho galeguista aceptou o posto de direitora da se de sargadelos na cidade da Corunha.

A página web de humor fechada pola ofensiva da poetisa-nova promesa é ADUANEIROS SEM FRONTEIRAS, que numha animaçom Flash representava a Yolanda com um coitelo ensanguentado, frente ao seu roupeiro, dando a possivilidade ao internauta de trocar-lhe de roupa.

Sirva este pequeno Anaco para amossar a solidaridade com ADUANEIROS SEM FRONTEIRAS, para o qual coloco um banner de solidaridade, sob o banner já existente de solidaridade com Isaac Diaz Pardo.

13 de setembro de 2007

OS COELHOS DE BOUÇAS


A ira e a tristura soem ser síntomas de desacougo. Ainda sendo síntomas tam distantes um do outro chegam a convivir, o desacougo ou vazio interior as vezes trascende as fronteiras do própio corpo e se trasmite em andanadas de alporiçamento ao exterior e cara aos demais.

Estes dias, por circunstâncias da vida, tenho eu desses dias, dos que alguns dam em chamar “Plof”, e assi estou trasformado num home alporiçado que salta à mínima, tende coidado de nom me tocar o claxon do vosso carro estes dias (é algo que me alporiça de sempre, mas com a raiva a flor de pele pode desencadear numha liorta).

Normalmente a gente desafoga esse desacougo existencial ou simplesmente mala hostia que se acumula perante a semana nos campos dos diversos desportos, ou berrando aos nenos da equipa contrária dos seus filhos (fato cento por cento real e lamentável!!). Eu practico esse geito de terápia, o de berrar nos campos (nom tenho polo de agora filhos). Penso que aos árbitros de qualesquer desporto deberia pagar-lhes, em vez da federaçom do seu desporto, a conselheria de sanidade. Mas eu tenho o problema do que o desporto ao qual soio ir, ainda nom escomeçou, polo que si me permitides empregarei este blog para desfogares-me.



Eu som amante das noites de verao, e gosto muito de ires passeiar polo paseio da zona franca de Bouças junto ao mar, o que nos fica do que um dia foi lugar de ócio, e que o capital nos roubou, e anteriormente lhe roubou ao mar, onde agora pretendem seguir rechendo(nom aos recheos!!).

Nom habia umha noite em que nom atoparas a um coelho, que ao se ver surprendido brincava desse geito tam bonito que tenhem estes animais. Segundo se conta à orige destes coelhos, debe-se aos polícias da zona franca, que pensaram em que soltando umha parelhina deles se reproduziriam e assi poderiam adicar as longas horas de soidade a caçar neles. Mas, com o tempo a colonia foi medrando e coido que até o de agora era abundante.

E digo até o de agora por que desde as mentes pensantes deste concelho que nos governa ( é um falar), se iniciou umha desratizaçom da zona. Se bem é certo que hai que ter controlada a populaçom de ratas da cidade, alguem reparaou que este veleno que se pom para as ratas tambem vai a acabar com os coelhos?. I estes bem pensantes som conscientes que o aumento de ratas na zona e sem duvidalo consequência do abandono ao que sometem ao paseio, as papeleiras brilam pola sua ausência, a merda se acumula por doquier e despois claro aparecem as ratas.

Nom som para nada dos que vam falando mal por sistema dos políticos, mas dos que governam a cidade de Vigo todo o mal que se fale é pouco. Graças a eles o aeroporto de Vigo é o único de Galiza que nom conta com vos de baixo custo, Vigo nom conta com auditorio(já o tem até Lalim), Balaidos cae-se a pedaços (Riazor já vai pola segunda remodelaçom), etc,etc. So com ver o tema da área metropolitana ve-se as faces desta gente depois de dous anos com umha proposta consensuada bem o senhor de turno a replantear de novo todo, e assim con todo.

Fagamos algo para salvar aos coelhos do passeio de Bouças, recolhamos o veleno exparecido ao longo do passeio e levemo-lo ao concelho, des-raticemos dumha vez para sempre o concelho. Como dizia o velho lema “por um vigo melhor!!!”





15 de agosto de 2007

VERAO AZUL


A cena final da maravilhosa película de Richard Attenborough, "Shadowlands"(Terras de penumbra), mostra a um Anthony Hopkins recem enviuvado, paseiando com o seu filho polas fermosas campinas inglesas, namentres escuita-se a seguinte frase "A dor do manha é parte da felicidade do agora. Esse é o pacto". O viuvo desfeito e o neno a corretear allheo ao drama de ficar sem mai, vem a dizer que quando somos nenos o nosso som os jogos, rem mais lá. É o sofrimento, o que marca o troco da nenez à idade adulta, é o que fai-nos sair desse ledo quarto de jogos.


Fazia já uns anos que nom ia onde eu passei os veraos da minha nenez. Eu era um cativo de cidade, dos que faziam a rotina de casa-colégio, colégio-casa, e claro quando chegava a este povinho, onde passava todo o dia pola rua, banhos no mar, aventuras do mais variado, era um rapaz feliz.Poderia dizer que a maioria dos melhores momentos da minha vida transcorrerom naquel povo ao carom do mar e que umha ria divide em dous.

Segue a seres aquel o paradiso dos nenos, agora som os filhos dos amigos os que disfrutam daquilo do que disfrutamos nós. Nom quere dizer que por isso nom se goze hoje em dia, so que agora o que se leva é tomar-lhe umha sentado numha terrazinha, tomar o sol, e de quando em vez, refrescar no mar. Ainda ficamos quem somos livres, sentimentalmente falando (talvez ainda muitos entre os meus colegas), e aproivetamos as noites para a caralhada. Si, debo dizer que ainda o passei bem.

Longe ficam os tempos de andar todo dia em bicicleta, saires com a pele branca dos banhos eternos no mar, de escapares dos maiores aos que lhe acabaramos de fazer umha trastada, em resumo, daqueles veraos azuis.



2 de agosto de 2007

O SÍNDROME ESCARLATA

O vitrasa da linha 15, daquel soleado dia 16 de maio de 2003 que percorria o Berbês às 17:50, passou aquel dia e aquela hora, e nom voltará a passar.

Sempre escuitara que as oportunidades nom se presentam duas vezes na vida, tambem sabia que as decisons que se tomam marcam o devenir da vida. Isso dava-lhe medo, e entrará dentro dele, até o ponto que marcara o seu jeito de comportar-se. Sempre fora umha pessoa impaciente, dos que querem as cousas já, e dos que nom gostam agardar.

Mas isso nom era assi em todo, com as mulheres sempre pecara do que deu em chamar, Síndrome de Escalata. O síndrome de Escarlata, tomava o nome da protagonista do famoso filme “Gone with the wind” (Foi-se com o vento”). Umha cita da protagonista resumia à perfecçom a personalidade de Escalata, i em que consiste o síndrome:“Manha será outro dia”

Tambem era umha pessoa que gostava de fazer caso aos seus pressentimentos. E si bem procurava racionalizar as decissons que tomava, sempre dera mais valor à sua vozezinha interior. E salvo casos pontoais, sempre lhe funcionara, é mais, a vida nom lhe tratara mal, nem lhe troujera problemas demasiado duros. Em resumo a sua vida sempre foi entre algodons de açucar, de algodom doce.

Aquel soleado 16 de maio ia cara ao centro no autocarro, ela debeu subir no Berbês, porque até entom nom reparara nela. Ia ele agarrado à barra do autocarro, quando virou a cabeça, ante um golpe que lhe dera umha mulher carregada com multitude de bolsas de compra. Ele estava apenas a dous pasos de ela. Ela distraida olhava pola janela, ia encuitando música num mp3. O seu reflexo no cristal permitia ver-lhe o rosto.

De supeto assaltou-lhe umha ideia, a ideia de que aquela mulher era a mulher da sua vida. Ao carom dela, um home cabeceava. A vozezinha interior animaba-o a ires falar com ela, e mais quando o home das cabeçadas lhe deixara livre o assento. Mas convenceu-se de que hoje nom tinha um bom dia, e talvez nom conseguira atraela, pensou manha será outro dia, manha estarei já preparado.Ele baixou denantes que ela. Apurou a última olhada, e até ela reparou nele, as suas miradas coincidirom, e a vozezinha trasformouse num berro, é a mulher da tua vida. Mas pensou, manha lhe falarei

Mas ao dia seguinte ela nom apareceu, nem ao seguinte,é mais, nunca coincidiu com ela, nem a volveu olhar. Nunca volveu a ter aquela sensaçom com ningumha outra mulher.

A mulher da sua vida passou pola sua vida fugazamente, a mulher da sua vida recorria o Berbês num soleado 16 de maio, na linha 15 entorno as 17:50.



27 de julho de 2007

HISTÓRIA DUM CURA DE POVO IV


A casa parroquial, umha velha construcçom de pedra do pais, mantinha umha temperatura agradável, namentres que na rua nom se aturava o abafante calor.

A mulata e mais o seu filho pareciam ainda fora de lugar com todo o que viviram. Convidounos a sentar, mentres ele preparava o jantar, no sofa do comedor. Ainda tinha a meio recolher a manta para se tapar nas sonecas. Sacou-lhes uns copos e umha botelha de agua fresquinha da neveira, o neno apurou dos copos i ela um,tinham sede sem duvida.



O Crego bastante limitado na cozinha, botou mao duns tomates e da leituga para preparares umha salada. Colocou a tijola ao lume para preparar umhas coiteletas. Jantarom sem apenas intercambiar palavra, o meninho era o mais desenvolto, mas as miradas da mai acabaram por sumilo no silêncio.

Aleijo nom levava sotana, vestia com jeans, por riba, soia levar umha camisa, sempre de cores escuros, com colarinho (as vezes, desde logo en verao nom), e americana de cor gris a quadrados. Normalmente quando nom levava colarinho, ninguem poderia saber que era crego, mais misteriosamente a gente de fora da vila, que nom conheciam o seu trabalho, enseguida sabiam que era um religioso.

Para ires a cidade obtou polos jeans, umha camisa gris, e sem americana, colheu o seu Citröen Saxo aparcado diante da vivenda e encaminhou-se cara a casa dos novos habitantes do povo. Fixo sonar o claxon e nom tivo que agardar rem, já que de seguido baixarom Prudência e mais o seu filho. A viage de 45 minutos trascorreu sem apenas falar entre eles, o neno na parte de atrás durmia profundamente.


Aparcou no bandullo do hipermercado.E encaminharom-se entre a gente. Caminhando ao carom da mulher, e o rapaz que choutava dous pasos por diante, questionou-se como seria a sua vida, se nom fora crego. Teria casado?, teria tido filhos?. Levaria umha existência tam lonjana da sua, indo a trabalhar, de que trabalharia?, seria feliz na sua relaçom?, ou seria a monotona vida marital, onde a paixom e o amor deixam paso a depedência e à monotonia dum coito semanal e meio desganado.


Nestes intres nom puido evitar o papel de marido e pai, e até colheu da mao ao neno, e sobretodo quando alguen lhe recriminou o comportamento do "seu rapaz", já que este nom parava de tocar todo. Por umha hora que durou a merca, sentiu algo, sentiu que umha energia lhe invadia o corpo, sentiu algo que nom sentia desde fazia tanto tempo, por umha hora foi feliz.

Na volta, o ambiente foi mais distendido, o meninho nom parava quedo no asento de atrás do carro, so quando a mai lhe deu umha bolsa de pataquinhas ficou quedo, ela animou-se a falar i ele tambem.Soupo que vinha de Venezuela, vinhera a viver com o seu marido e filho à Corunha. Mais ele conheceu a umha moça de Monte-Alto e os deixara. Com menos dum ano na Galiza, atopou-se soa e com um cativo que alimentar.

20 de julho de 2007

TAN GALLEGO COMO EL GALLEGO


Saem estes dias nos jornais um grupo de pessoas que esta toda alporiçada polo decreto da junta, no que se legisla, que no ensino galego um 50 % das materias tenhem-se que impartir em galego. A associaçom “tan gallego como el gallego”, está a recolher assinaturas contra do decreto, e segundo parece tenhem recolhidas 30.000, segundo comentam os jornais.

O seu manifesto pode ler-se no seguinte linque:

http://www.tangallegocomoelgallego.es/index.php?option=com_facileforms&Itemid=31

Vou ir comentando o seu manifesto, nele podem-se ler cousas como

“La calidad de la educación parece un asunto de menor importancia para los promotores del decreto”.

Isto resulta quando menos ofensivo, que querem dizer estes senhores, que a qualidade da educaçom é menor se a lingua de transmissom dos conhecimentos é o Galego. Vamos ver, se a mim me dim por exemplo “la hipotenusa al cuadrado es igual a la suma de los cuadrados de los catetos", vou a entender igual, nom creio que a minha formaçom se veja afectada, que si me dim “A hipotenusa ao quadrado é igual à suma dos quadrados dos catetos”

”Da la impresión de que la prioridad de nuestro sistema formativo ya no es el desarrollo de buenos ciudadanos y profesionales competentes, sino la de modificar los hábitos lingüísticos de los gallegos.”.

Isto é diretamente um insulto, os cidadans que obtam por falar em galego nom som bons cidadans, nem tan siquer profisionais competentes? Lembra-me aquilo da propaganda Franquista de “¡Hable bien no sea barbaro, hable en castellano!”

“Ignora que el castellano también es, legítimamente, una lengua gallega”

Estas pessoas defendem que o Castelhano é umha lingua tam galega como o galego. Bom digamos que o castelhano é umha lingua já implantada na Galiza e falada por umha grande porcentaje da populaçom. Mais nunca debemos esquecer, que o castelhano foi, e segue a ser imposta ao povo galego, i é umha lingua alhea a este pais, a lingua própia de Galiza é o Galego, e se nom ver o que recolhe algo tam poco sospeitoso coma o dicionário da Real Academia Española de la lengua:

gallego, ga.

(Del lat. Gallaecus).

1. adj. Natural de Galicia. U. t. c. s.

2. adj. Perteneciente o relativo a esta comunidad autónoma de España.

3. adj. En Castilla, se dice del viento cauro o noroeste, que viene de la parte de Galicia. U. t. c. s.

4. adj. Ant., Arg., Col. y Ur. Dicho de una persona: Nacida en España o de ascendencia española. U. t. c. s.

5. adj. C. Rica. tonto (falto de entendimiento o razón).

6. adj. El Salv. tartamudo.

7. m. Lengua de los gallegos.

8. m. C. Rica y Nic. Especie de lagartija crestada que vive en las orillas de los ríos y nada con mucha rapidez.

9. m. C. Rica. libélula.

10. m. Cuba y P. Rico. Ave palmípeda de plumaje ceniciento, rabadilla, vientre y cola blancos, patas, pico y párpados rojizos.

11. m. Cuba. En un ingenio, dispositivo que aplana y nivela la caña antes de ser molida.

“Nos parece que hay muchas razones, tanto pedagógicas, como sociales y económicas para oponerse a su continua reducción en las aulas…(do castelhano)”.

Pedagógicas, si já sabemos, os que falam galego som barbaros e que o ensino en galego nom forma igual aos rapazes. Por se as suas inquedanças som pola qualidade do castelhano que se poda aprender, nom lhe botem a culpa a este decreto.Naveguem vocês pola Internet, ou leam como escrebem os rapazes doutras comunidades, e veram as falhas ortográficas da gente que nom vive em comunidades com lingua própia.

Razons sociais Nom seam cínicos!, agora parece que os castelhano-falantes estam perseguidos. Neste pais, se uns pais que falem galego ao seu filho, querem escolariçar-lo em galego, e-lhes impossível (fagam vocês a prova), nom creio que existam estes problemas para os nenos castelhano-falantes.

Polo miudo chegam novas aos meios de comunicaçom de despidos de gente que emprega o galego no seu posto de trabalho, a quanta gente se lhe despediu por falar castelhano?. Vaiam vocês a fazer umha entrevista de emprego em galego, já veram que porcentage tam alto tenhem de nom seres contratados.

Razons econômicas: É verdade som maus tempos para as humanidades, o importante é a productividade.Fagamos-lhes caso e guiémonos por critérios propiamente econômicos, estudemos Inglês, Castelhano e Chinês. Suprimamos todas as asignaturas de humanidades, para que sirve na economia a filosofíia, a literatura, nom som produtivas!.

Nom quero que se me acusse de entre-sacar as frases do contexto, polo que deixei o linque donde se pode consultar o seu manifesto.

Durante séculos o galego e os seus falantes venhem sofrindo perseguiçom e um proceso de aniquilaçom.

Numha situaçom de superioridade abafante de televisons e jornais em castelhano. Numha situaçom de aplastamento do galego, temos que aturar que enriba se acuse de que tratar de levar ao galego a umha situaçom de normalidade seja imposiçom e intoleráncia. A mim lembra-me a frase de “mejam por nos e temos que dizer que chove”

16 de julho de 2007

AMIZADE HOME MULHER


Abro os olhos tras umha soneca de
1 hora 45 minutos, fiquei durmido recem posto um documental que nem me lembro de que ia.


Tenho que aproveitar a tarde do domingo para escribires algo no meu blog. Mais agora tenho umha sede terrível.

Abro a neveira, colho umha botelha de meio litro de radical fruit, pineapple emotion, encaminho-me para a peça onde tenho o computador. As janelinhas do corredor, deixan passar pouca luz, isso significa que o dia esta nublado ou chuvioso, confirmo-o assomando-me à terraça.

Sento enfrente do computador, penso sobre do que podo falar, mentres dum trago caseque valeiro a botelha de radical. Lembro dumha conversaçom que tivem o outro dia cumha conhecida, com “la chica rica del vestido japonés”, ela questionava-me sobre si eu cria possível a amizade entre home e mulher.

Para reflexionar gosto de passeiar, assim que saio a rua, vou cara o paseio ao carom do mar. Efectivamente o dia esta escuro, sopra um vento frío, as gaivotas voan sobre a minha cabeça, nom ha tardar em chover.

Penso que a amizade entre home e mulher é quando menos difícil, nom direi que é impossível. Si, pode haber amizade quando ningum dos dous tem interesse sexual no outro, suponhamos as possibilidades.

Possibilidade 1: Nem home nem mulher sintem- se atraídos. Si é possível a amizade, ainda que quantas vezes esta amizade remata com o paso do tempo numha relaçom sentimental, ou umha noite, sem apenas agardalo a paixom atrapa-os.

Possibilidade 2: Um dos dous sinte atracçom polo outro, a qual nom é correpondida pola outra parte. A parte que deseja, simulará amizade com tal de estar perto doutro, sofrira quando o outro tenha relaçons com um terceiro, ou quando amparado pola amizade seja o confidente e conselheiro das aventuras amorosas.

Possibilidade 3: Ele ou ela som o companheiro/a dum amigo, podesse dizer aquilo dos "amigos dos meus amigos som os meus amigos".

Eu sempre recorro ao cine para os temas da vida e lembro dum filme de Truffaut, titulado “L'Homme qui Aimait les Femmes “(O home que amava às mulheres), que em castellano foi titulada, ainda nom sei por que, “El amante del amor”.

O protagonista, é um conquistador de mulheres, que realmente ama as mulheres, mais nega-se a amar a umha em concreto. Neste filme hai um momento em que ele conhece a umha mulher e nom tem relaçons sexuais com ela,nem tam sequer o tenta e por riba lhe da um emprego. A reflexom que fai o narrador (voz em off), e que por umha vez cre possível a amizade entre home e mulher.



Empeçam a caer as primeiras gotas, a pouca gente que coma mim atreveu-se a tentar um passeio bota a correr cara sítios cubertos. A luz míngua deixando passo a um ceo cheio de nubes escuras, a gaivotas estam mais furiosas, ainda se cabe, e voam mais baixo. Se apuro o paso, chegarei a casa sem me molhar muito.

10 de julho de 2007

HISTÓRIA DUM CURA DE POVO III



A chegada da mulher enviada por Caritas revolveu por uns intres a pacífica vida do povo.

Agardando pola chegada do autocarro estavam, o alcalde e mais a corporaçom (com a sua teima por aumentar a natalidade), que para a ocasiom sacaram do roupeiro os trajes. Estavam o Crego, o sacristam (que a sua vez era o dono do bar, taxista e tendeiro), e excusara a sua presença o mando da Guardia Civil.

O resto da praça estava ateigada de gente que queriam ver à nova vizinha, nom falhou quem se baixou a cadeira de casa e agardava sentado dando-se ar com um abanador.

O autocarro, coma sempre, chegava tarde. As doce da manha o sol castigava duramente. O alcalde, chamou por um dos poucos rapaces que brincavam pola praça prometeu-lhe umhas moedas a cambio de que lhe trougera agua fresca da fonte.

Ao fim chegou o autocarro, Manolo, o conductor que fazia essa linha, surprendeu-se de veres tanta gente. Parou milimétricamente onde soia fazelo desde os últimos 10 anos, e abriu a porta.

A espectaçom dos presentes aumentou, o primeiro viageiro em descer era Rosa do Caeiro, que questioanava que o que passava, de segundo baixou umha mulata duns trinta anos, duns 1,72 m, cabelo de meia melena riçado. Levava um vestido de tela de flores com um fundo de cor castano. Colhido da mao baixava um meninho duns 7 anos, tambem mulato.

O alcalde fixo um gesto e o empregado municipal foi a colher as maletas dela, mentres e ante umha sorprendida mulher o alcalde apresentava-se e fazia entrega dum ramo de frores mentres dava oficialmente a bemvida à nova vizinha.

Posteriormente conduziu à mulata cara o resto da corporaçom. Mentres ia presentando um a um à equipa de governo a sua nova vizinha, o neno do encargo, cumha botelha de agua queria cobrar o seu trabalho, mais o alcalde em plena laboura oficial o ignorava.Farto do rapaz fixo um sinal ao operario municipal que apartou o neno de entre as pernas do alcalde.

Tras presentar-lhes ao resto da comitiva, crego e sacristam incluidos, dirigirom-se cara a casa que o concelho adecentara coma nova morada, o resto do povo seguia à comitiva oficial coma se dumha procissom se tratara.

A morada era umha casinha dumha planta que o concelho adquirira a un toxicomano que a herdara dos seus pais. O toxicomano conseguira dosis para umha boa temporada, e o concelho conseguiu barato o imóvel e de paso conseguirom, mediante pacto, que o herdeiro problemático abandonara o povo. Tras um repaso das distintas peças da mesma, com os comentários do concelhal de urbanismo, todos marcharom salvo o Crego a mulata e o seu filho.

Apresentarom-se, ela se chamaba Prudência, e o seu filho Rogélio. Como a neveira estava valeira, o Crego ofereceu-se a levalas a cidade pola tarde para que no hipermercado mercaram o necesário para a vivires, mentres, convidou a nova familia a jantar na sua casa.

29 de junho de 2007

OS MEUS DIRECTORES: BLAKE EDWARDS





Começo cá um apartado deste blog onde falarei dos directores de cinema dos que gosto, mais procurarei centrares-me nos menos conhecidos. Assim nom falarei dos grandes coma podem ser Hitchcock, Ford, dos que, obviamente, som igualmente seguidor.

Coido que hai duas grandes maneiras de fazer comédia, a comédia de gags, a de sempre, onde a graça esta no visual, como bem faziam os mestres Keaton e Chaplin, e por outra está o humor culto, onde a graça está nos diálogos, é o que se pode chamar humor inteligente, cá citar ao grande Billy Wilder. Edwards basa o seu humor no gag, no humor visual, o seu cinema esta cheio de gags, de perseguiçons com ritmo tolo.

Dim que um director de cinema é dos grandes quando tem alomenos duas obras magistrais, pois ao meu juiço, Blake Edwards cumpre com esta premissa. Para mim, tem tres obras que som magníficas. A grande comédia “O Guateque” (The Party), a romántica e exquisita “Almorço em Tiffany´s”( Breakfast at Tiffany's) e o drama, talvez o melhor achegamento do cinema ao alcolismo, “Dias de vinho e Rosas”
( Days of wine and roses)


O guateque (The Party): dela algumha vez escuitei que era a melhor comédia da história do cinema, penso que isto é exagerado, mais sem duvida é magistral. Nela Peter Sellers é um actor Hindú que por um erro é convidado a umha festa da elite de hollywood, e cá escomeça a desencadear torpeça tras torpeça até chegar ao caos total com que remata o filme. A lembrar a cena do elefante na piscina ou a cena do sapato.

Dias de vinho e Rosas (Days of wine and roses): É o achegamento ao inferno do alcolismo. Mostra as misérias do “american way of life” a perfecta sociedade americana da era do Mccarthismo. Excelente interpretación de Lemmon, e magistral umha actriz que nom tivo o éxito que merecia Lee Remick. A destacar entre muitas cenas a do invernadoiro, a de Lemmon com camisa de força na habitaçom acolchada, e a do Delirium Tremens.

Almorço en Tiffany´s ( Breakfast at Tiffany's): Umha das indiscutíveis cenas da história do cinema é o começo do filme quando Audrey achega-se à vitrina da tenda de alfaias Tiffany's. Dado curioso do filme, o protagonista, George Pepard é Hanibal Smith o da Equipa A, e a apariçom do monárquico espanhol Jaime de Villalonga. Ademais da cena antes citada, está a genial de Audrey Herburn cantando assomada à janela Moon River.

Falando de Moon River o cinema de Edwards assenta-se numhas bandas sonoras de luxo, e detrás delas esta o grande compositor Henry Mancini, que deixou para a história do cinema músicas como a da panteira rosa a antes citada ou a do guateque.
dentro das demais obras de Blake gostaria destacar:

Operaçom Pacífico(Operation Petticoat): Excelente comédia com un Tony Curtis Pariodiando os gestos do Cary Grant mais novo e o própio Cary Grant, embarcados num sumarino em plena guerra do pacífico, que remata pintado de rosa, soltando canonaços com roupa interior de mulher, ou afundindo um camiom.

10 A Mulher perfecta(10): Alguns dim que foi feita para a sex simbol do momento Bo Dereck, mais é umha exquisita comédia con todo o melhor do cinema de Edwards. Como dado curioso o protagonista tem umha relaçom no filme com umha mulher interpretada por Dee Wallace Stone, a actriz que dará vida a mai de Elliot o neno de ET.

SOB: Segundo alguns o título fai referência a Son of a Bitch (filho da puta). Já em pleno declive do cineasta. A película, mais bem mala, conta como um produtor de hollywwod nom duvida em espir a sua mulher (Julie Andrews ), com tal de fazer umha película, casualidade Julie Andrews é a mulher de Blake Edwards.

Poderia seguir com a Carreira do Século
(The race), que inspiraria a série de banda desenhada "Os carros tolos", A Saga da Panteira Rosa com o Inspector Closeau...

FILMOGRAFIA

22 de junho de 2007

História dum cura de povo II


Nom lhe custou muito durmir, e como cada dia, desde fazia anos, as oito ergueu-se. Lembrou os pensamentos nocturnos e desbotounos, que absurdo! Pensou.

Na época em que estudava no seminário, gostava de ler livros de ideologia marxista, ainda que com o capital de Marx nom puido. Identificou-se de sempre com a teoria da libertaçom, é mais, ele pensava em rematar num bairro obreiro dumha cidade, e seres um cura obreiro, mais caprichos do destino rematou no rural, e aplicar o maoísmo na Galiza de hoje em dia, nom era umha boa ideia.

Sempre tentou atraer aos moços e moças do povo à igreja, cedeu-lhes os baixos da casa parroquial para que projectaram cinema, conseguiu artelhar umha pequena biblioteca, e incluso deixava ensaiar a um par de grupos. Mais a maioría dos moços, nom colhiam nunca um livro, as películas nom lhes chamavam muito a atençom e para colmo os grupos se encaminharam cara o punk, e nom gostava de que dos baixos da casa parroquial sairam berros em contra do alcalde, e constantes “cagos en dios”.

Tentara ires de misioneiro e fazer labor social à vez que levava a Cristo. Ele fazia-se numha aldeia no meio da Amazonia, viviendo Numha cabana, mentres edificavam umha modesta igreja de madeira, durmindo numha hamaca, mentres os monos e cans peleavam-se por um espaço na morada, comendo mandioca em comunidade com a tribu, e incluso ir a pescar ao rio, ele levaria sedal e ançós, e lhes ensinaria a pescar à europeia. Mais o bispo, talvez ante a falha de vocaçons, negou-lhe a petiçom.

Ao principio da sua estância no povo, tentou relacionar-se com a gente. E a melhor maneira de fazelo era frequentar o bar-tenda-taxi, da parróquia. Baixava todos os dias a jogar a partida de domino.

Ao princípio nom lhe deu importáncia, mais a cousa foi a maiores, e que segundo as cuncas de vinho iam correndo, mais se soltava a lingua dos companheiros de partida. Até certo ponto era tolerável que falaram de mulheres, e incluso com linguage altamente carregado de palabras sexuais, mais quando começavam a se meter com ele, e insinuar-lhe que si tal o qual mulher ia muito pola igreja, ou lhe pediam que contara as confessons de tal o qual mulher, a cousa tornava-se muito séria. Como resultado deixou de ires ao bar-tenda-taxi.

Desde o bispado e nestes tempos de ONGs, acordaram de colabourar com Caritas, e dezidiram contratar a mulheres com necesidades econômicas para que ajudaram aos parrocos na limpeça das casas parroquiais e das própias igrejas. As mulhres viviriam no mesmo povo. A vivenda a poria o concelho, que así frenava (palabras textuais do alcalde!) a caida demográfica do rural galego.

15 de junho de 2007

História dum cura de povo I



Fazia tempo que lhe perderá o gosto a trasmitir a palabra de Deus. Mais con 45 anos, acostumado como estava ao seu jeito de vida, o plantejar-se a estas alturas um troco, polo menos para ele era umha toleria, ademais nom sabia fazer outra cousa.

Seguia impartindo misa, mais já, incluso denantes da sua crise de vocaçom, limitava-se a dizer a misa do tirom, que era o que seguia a fazer.

A falha de vocaçom nom lhe supuso demasiados problemas, no seu interior fijo um simil, o do doutor. Estava farto de ver o típico doutor que simplesmente desenrola o seu trabalho, longe ficam os anos de gosto por aprenderes, de gosto por sandar. Tambem recurrirá ao caso do mestre, esse que queria ensinar, levar cultura e saber, e que com os anos, aos poucos, a apatia apoderara-se dele, e agora entra a olhar o relojo e deseja que remate à aula.

Aleijo, que assi se chama o parroco de quatro parroquias no profundo do rural galego, caseque no centro mesmo do pais, era um home de 47 anos, mantinha um bo estado de forma, ainda se lhe poderiam botar alguns menos. Peiteava canas, mais isso si luzia praticamente todo o cabelo. Tinha os olhos marrons, numha face que era atractiva. Ainda se lhe deram bem as mulheres. De novo, tinha bastante exito, e mais até pouco antes de ordear-se, tivera umha realaçom cumha rapariga de Ourense que conhecera um dia na praia de samil de Vigo. Combinaram varias vezes, ele sempre ocultou a sua vida de seminarista a piques de acolher-se à castidade. Goçou com ela os sabores da carne, e aos dous meses da cirimonia, onde se tinha que deitar diante do bispo no cham, optou polo sacerdócio, e renunciou aos praceres da Ourensa. Às vezes questionara a sua eleiçom, mais sempre convencia-se de que escolheu o bo caminho.

Seria entorno as tres da manha dumha noite de verao, nom se sabe si pola calor ou por que, pero despertou, sentou na cama, colheu a botelhina de agua mineral que sempre lhe acompanha nas noites, deu um sorbo, e pensou em ires saber que foi da sua moça Ourensa....

9 de junho de 2007

Solitários


Às vezes Gosto de sentares-me, por exemplo, num banco do parque, e gosto de olhar à gente. Os parques som recunchos de solitários.

Lá podes atopar, desde a mai que fala com outra, mentres olha de reolho os jogos dos seus nenos, até os velhos que dam de comer às pombas, e no meio num banco sentado so, está o solitário. Que grandes contrastes, os nenos com toda a vitalidade dumha vida por diante, os velhos con todo feito e a gente em soidade.

No meu bairro ha um velho que tanto com o frio intenso do inverno, coma com o calor abafante, as vezes, do verao esta sentado ou a dar paseios polo parque. Algumha vez esta cumha navalha arranjando a ponta do seu cajato. A maioría do tempo está so. Com sorte esta com dous ou tres mais. No seu grupo tem cabida desde recem jubilados, algum que tem um momento para falar, até algumha vez um africano dos que vendem cousas pola rua.

Outro microcosmos moi peculiar som as estaçons de autocarros ou ferroviárias. Acó a fauna inclue aos velhos, os solitários, o ambiente gay dos aseios (alívio rápido), e a figura do enfermo mental.

Mais a soidade está em todos os sítios, ao melhor um solitário é o tipo elegante de gravata que paseia com o telemóvel por Principe. Sem vida social, quantas horas extra e entrega pola empresa tem tras de si a soidade, o pánico a chegar à morada e atopar-se com essa cruel realidade, estas só!!

Talvez vos pasou de ver um ghicho tirado na rua, esta morto ou ferido ou peneque durmindo-a, quanta gente para-se a se interesar por ele?, com sorte algumha velha…

As relaçons humanas som muito difíciles, as paginas web onde se ofertam relaçons, meetic, match… som um grande negócio. As parelhas que se conhecerom na rede medram frente as que se conhecerom por outras vias, reflexionade, dizide-me, nom conhecedes algum caso?

E a sociedad da asépsia, onde os contactos som pouco remomendáveis, como nas sociedades de Huxley e Orwell, sociedades individuais. O individuo alienado na sociedade, o individuo social desaparece. Nom interesa o individuo social, e perigoso para as linhas de producçom!.


Mas o sistema ha de mudar, a história é ciclica e o que agora pasa já tem pasado. Denantes dos quentes e esperançadores 60 umha geraçom a geraçom Beat denunciou a sociedade na que vivia, Jack Kerouac (Sempre no caminho!!), William Burroughs, Ginsberg.., iniciarom um movemento que tronçou a sociedade. Si, o sistema volveu a retomar o rumo, mais no jogo do tira e aflouxa, algum dia a corda partirá para bem.

Deixo-vos cumha cita desse grande livro de kerouac “Os Vagabundos do Dhama”, algumha vez falarei de “On the Road “, umha das novelas da minha vida.

«Todo o mundo vive atrapado num sistema de trabalho, producçom, consumo, trabalho, produccçom, consumo... Tenho a visom dumha grande revoluçom mochileira, millheiros e millheiros, incluso millons de americanos indo de cá para lá, vagabundeando com as suas mochilas, escalando montañas para orar, aledando aos velhos, provocando a felicidade das moças e as velhas, e todos som tolos zem que escriben poemas que surgem das suas cabeças sem razóm...»

1 de junho de 2007

Música Galega

Lembro com a melancolia do paso do tempo, aqueles sábados e domingos quando espertava-me com a música do tocadiscos que punham os meus pais, lembro os discos de “Os Tamara” e a irrepetível voz de Pucho Boedo. Aquelas cançons marcaram a minha nenez, “A Santiago voy”, “O Vello e o Sapo”.

Acordo do primeiro ano no liceu quando a profesora de música mandara fazer um trabalho sobre um Grupo ou artista, a mayoría da gente entregava trabalhos sobre o grupo de moda, os mais “cultos” entregavam trabalhos sobre os Rolling, i eu aproveitando um texto de um disco homenage a Pucho, “Pucho Boedo volvendo cos Tamara”, figem o meu trabalho sobre “Os Tamara”.

Posteriormente flipei e flipo com grupos como “la Polla Records” “Kortatu”que nom pintavam moito com os Tamara, sim com a música galega, Evaristo cantante da polla é galego, e tem cançons em galego. Anos despois descobrim a um tipo de Ferrol que cantava em galego, e que figera umha película com Concha Velasco. Andrés do Barro, um tipo que na época do franquismo chegou a número 1 cantando em galego, um tipo que renunciou ao éxito (se cantava em castellano) por seguires a empregar a lingua galega. E descobrim que o alcohol rematou com a sua vida, reconheço a minha debilidade polos pessoas autodestructivas, atraem-me, vaia. Escoitei algumhas cousas dele mais nom iam na minha “onda”

Eu vivia e vivo no entorno do Punk, um movimento que foi pioneiro no emprego da lingua, cousa que nom passava com outros estilos musicais. Isto sempre me alporiçou e ainda que eu nom toco rem, tentei de fazer um grupo de Pop-Rock, com letras sem demasiado compromisso mais isso si em galego, penso que isso é normalizaçom lingüística, ROBERTO FALHACHES-ME!!

Tempo despois e tras do fracaso do chamado bravú, estamos a viver um grande pulo da musica em galego (musica galega), hoje podemos escoitar grupos que fam desde funk “Loretta Martin”, ao rock de serie B dos “Ataque Escampe”. Deste grupo debo dizer que som grande fanático, fazia tempo que nom gostava tanto de um grupo.

Mais a surpresa mayor é que esta a piques de sair um tibuto a Andrés do Barro, por grupos desta nova geraçom, debeço por escoitalo!

Isto leva-me a pensar que algo está a cambiar na Galiza. Mais eu desde fai tempo levo dizendo que este pais nosso e a sua música estará a trocar quando grupos tam grandes como foram “Os Resentidos”, vanguardia mundial na sua época,tenham o seu tributo.

Ainda estamos lá na época de Andrés do Barro, todo chegará. Mais é bem certo que estamos num momento doce , gocemos dele!.